17 de setembro de 2008

O Mal dos Homens.

No desespero do mês
A mesma hora certa
A rosa, o choro, o sangue.

O mal dos homens.

É preciso estar triste
Para dizer o que preste
Cantar as feridas
Declarar as chagas
Exibidas
Troféu dos marginais
Dos subpopulacionais
Dos rejeitados por todos
E por você

É preciso sobrar na conta
Arder na doença
Cuidar dos outros e
Restar sozinho
Para escrever um blues

Há de se ter bebido algumas
Chorado todas
Encoberto de breu
Ter dor de madrugada
Padecer no silêncio
Abraçado pelo eco
No beijo irônico do frio

Sentir a derrota
Os ossos
A perda dos entes
O desconforto
A fome e a comida podre
E o verso pobre
E o verso pobre
E o verso pobre


Gabriella Mendes

2 comentários:

Tatiana disse...

O Bukowski, minha obsessão, só escrevia quando 'tava bem, perto do amorzinho dele, sentindo-se feliz.
Eu sou o contrário - só escrevo quando 'tou incomodada. É assim que enxergo o que penso que vale a pena ser compartilhado.

Tião Martins disse...

obrigado pela visita, também gostei da sua datilografia...
continue sempre.
beijos