15 de setembro de 2008

Datilografia

s. f., arte de escrever à máquina.
Assim está lá no dicionário.

Que máquina seria essa, eu me pergunto. Máquina de escrever?
Ora, e o computador não é uma máquina de escrever? Muda-se a abordagem, o meio, a técnica mas, a intenção é a mesma dos copistas do séc XV, dos homens que forçavam a prensa depois que o Gutenberg teve a brilhante idéia de usá-la para fins comunicativos. É também a mesma intenção das senhorinhas dactilógrafas que passavam horas e tendões de seus dias batendo a papelada dos chefes.

Estou a datilografar meus escritos e os escritos dos outros que passaram por mim e me levaram um pedaço. As palavras que eu esqueci de dizer em momentos importantes estarão aqui. As palavras que eu nunca deveria ter dito estarão aqui. A palavra que tem de ser gritada ao mundo inteiro... a palavra e o grito.. bem, esses eu não sei se estarão. Se porventura essa palavra primordial quiser aparecer, será bem recebida.

Poemas, poeminhas, poemetos.
Prosas, prosinhas, prosopopéias, prosódias.
Crônicas, contos, ensaios, rascunho, lixo.

Tudo virá. Não deixarei escapar nenhum.

3 comentários:

Wolf disse...

Hmm, isso me lembra que deve ter uma Olivetti portátil em algum canto aqui em casa. É, tô velho =\

Note que há um pequeno elemento de ordem secretas neste seu post. Detenção de conhecimento atrai mistificação? [/viagem]

Thaís-inha! disse...

Não deixe escapar mesmo. Não mande nada para o lixo ^^

Muito bem escrito ^^

(Thaís da MqNSP)

Tatiana disse...

Manda brasa, minha cara!