23 de junho de 2010

Paisagem Húngara

Poema escrito no chacoalhar do trem de Zagreb para Budapeste. Se eu lembrasse que tinha esse poema aqui no computador, não teria ficado tanto tempo sem postar.
Penso em mudar alguns versos, mas vou publicar mesmo assim...

Textos visuais fazem bem pra alma.



Paisagem Húngara

O céu riscado pelas nuvens traçantes,
tangentes ao cinza acumulado,
são ângulos desenhados pelos raios
do sol que se esconde em vergonhas.
As casas dispersas, largas, perdidas,
floreiam no entorno da estação
e o Lago estagnado se esverdeia de coníferas.
Atravesso um rio que desconheço.
Vejo casas de singular arquitetura.
Vejo o azul que em todo o mundo é o mesmo.
Vejo o mesmo que minha mente procura.
O cenário tão distinto de um lugar que nunca vi
causa-me imensas saudades.
Sinto falta das tropicalidades
apesar do calor daqui.